“O TEMPO É PRESENTE. Inventar o Comum” é o tema da 4.ª edição

O antigo Abrigo dos Pequeninos, na cidade do Porto, abriu as suas portas para receber a primeira conferência de imprensa da 4.ª edição da Porto Design Biennale.  
O TEMPO É PRESENTE. Inventar o Comum” é o título do evento que se realiza nas cidades do Porto e Matosinhos, e que conta com a curadoria das designers italianas Angela Rui (curadora geral) e Matilde Losi (curadora assistente).

A sessão de apresentação foi aberta por Magda Seifert, diretora-executiva da Porto Design Biennale, onde destacou a importância desta nova edição: "estamos a trabalhar num formato que acompanha as cidades e os seus ritmos, que se constrói com e a partir das pessoas, num processo contínuo de escuta". 

A partir de um diálogo entre o espaço e o tempo, o local escolhido e a sua relação indireta com a Biennale foi algo que Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto realçou, desde logo, no seu discurso. "Um local que albergou tantas crianças e que tem uma importância histórica e social, volta a ser um lugar que pensa na comunidade", refere. 

Reconhecendo que o programa desta edição visa atuar sobre o território e a comunidade local, o presidente da Câmara do Porto, o discurso de Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos não esquece “o contributo que a porto Design Biennale tem dado quer ao território quer à sociedade”.

O programa escolhido para esta edição pretende dar espaço a uma reflexão acerca dos espaços coletivos, o uso recreativo do tempo e do presente, mostra-se um dos fortes desta “aliança que dura há quatro anos com a esad—idea”, refere a presidente da Câmara de Matosinhos.

Entre os focos principais da edição estão as intervenções que se desenvolvem em espaços públicos e/ou comunitários selecionados a partir de projetos locais de autarquias, associações, cooperativas e movimentos.

Tal como Angela Rui, curadora principal, referiu "estas intervenções, dirigidas por equipas de designers locais e internacionais, contarão com diferentes atividades e projetos que têm como objetivo a permanência na comunidade", dado uma maior atenção ao "agora e comum" recusando o efémero. 

Com três edições assinaladas, a Biennale convida os visitantes a refletir sobre o papel do design, "propõe-se ir para além do seu papel como instituição para operar enquanto constituição – um processo vivo que gera novas relações sociais, formas de organização e modos de colaboração”, continua a curadora italiana.

“A exposição que permitirá (re)ativar”

A programação contará ainda com a exposição "TIME IS PRESENT. Designing the Common [O TEMPO É PRESENTE. Inventar o Comum]", na Casa do Design em Matosinhos.
Além do trabalho de curadoria, integrará uma seleção de projetos nacionais e internacionais que refletem e dialogam com a necessidade das comunidades.

Os projetos são escolhidos a partir da open call lançada no dia 28 de março lançada no dia 28 de março, que convida os designers a participar na exposição. Esta open call pretende integrar projetos, processos artísticos e/ou arquivos que restaram deles, dando-lhes um novo local para se reativarem, trazendo diferentes perspetivas, debates e experiências no 'tempo que é presente'.

Nesse sentido a organização do evento apoiará os projetos selecionados com: o transporte das obras de e para o local da exposição; o apoio à instalação e partilhará os projetos, dando-lhes maior visibilidade inserindo-os no catálogo da exposição e nos materiais de comunicação.

Além disso, será ainda lançada, com a curadoria de Andreia Faria, uma coleção de ensaios e ficções
especulativas que partem dos projetos escolhidos como tendo um “potencial de resistência e alegria”.

Já a Comunoteca — uma programação pública— irá acolher grupos de leitura, apresentações, debates e passeios, iniciativas organizadas pela designer, editora e publisher Nina Paim, onde se pretende explorar o trabalho, o sindicalismo, a organização e o cooperativismo.