Porto Design Biennale 2023

Open Call: Dez projetos selecionados para Atividades Satélite

A lista de vencedores contempla, entre outras, ações na área da gastronomia, ciclos de cinema, instalações, performances, um evento que parte da recuperação do jogo de tabuleiro Petróleo.

No contexto da Open Call para Projetos Satélite, promovida pela Porto Design Biennale, o júri — composto por Alexandra Balona, Alexandre Jacinto, Luísa Saraiva, Nuno Coelho e Rute Chaves — selecionou 10 projetos para integrar as Atividades Satélite da terceira edição do evento, a ter lugar nas cidades de Porto e Matosinhos, entre o dia 19 de outubro e o dia 3 de dezembro de 2023. Em cima da mesa estarão formas alargadas e originais de discussão em torno da preservação dos recursos hídricos, descontaminação do terreno, leituras sobre as relações de poder mundial e testes em torno de materiais recicláveis. 

Foram assim selecionados os seguintes projetos: 

Alquimia da molécula da água na gastronomia molecular, de Rui Mota

Um workshop do chef Rui Mota que visa a partilha de experiências de gastronomia molecular em torno da ideia de sustentabilidade da água. Serão apresentadas receitas, técnicas, degustação e provas de receituário com práticas sustentáveis e de conservação da água que poderão depois ser adotadas em casa ou na restauração.

Culturing the Deep Sea: towards a common heritage for allkind, de TBA21–Academy

Apelando a um sentimento de cuidado entre os seres humanos e o fundo dos oceanos propõe-se um workshop intensivo que pretende sensibilizar para a proteção do relevo oceânico através da arte e do design. Segue-se um simpósio com especialistas e a projeção de um filme.

Dive-in: Design em Projeção, de Patrícia Sequeira Brás e Joana Rafael

Dive-in é um programa composto por filmes, conversas, vídeo-instalação e uma publicação, procurando explorar as interações entre o design, a água e as relações sociais. O ciclo de cinema será acompanhado por conversas e por uma instalação na antiga sala de projeção do espaço Passos Manuel, criando uma experiência imersiva. O ciclo encerra com o lançamento de um livro com textos críticos na área do design.

HYDRA, de Lucas Damiani

Um evento híbrido entre a instalação e a performance. Utilizando a água e as suas mudanças de estado como elemento principal, o projeto abre caminho à ficção e à imaginação de outras formas de vida.  

Mapping Water Bodies with Salt Traces, de Salt Traces

Numa série de atividades que compreende um workshop, ativação de histórias e uma sessão de cozinha, promove-se a reflexão sobre o impacto das mudanças climáticas nos corpos de água. Os participantes são convidados a combinar técnicas de expressão criativas e narrativas pessoais num exercício de pensamento crítico sobre a comida e a nossa relação com o mar.

MUD MATTERS, de Irena Übler e Mónica Braga dos Santos

Mud Matters investiga materiais de resíduos reaproveitáveis e materializados numa série de objetos em cerâmica reciclada. Serão experimentadas várias receitas de pastas cerâmicas com lamas de ETAR incorporadas, mostrando a possibilidade de trabalhar com desperdício e criar novas formas de aproveitamento da água.

Problemas Úmidos, de Bartlebooth (Antonio Giráldez López, Pablo Ibáñez Ferrera)

Problemas Úmidos propõe um laboratório de pensamento para abordar problemas de design territorial ligados à água no noroeste da Península Ibérica. Num primeiro momento, articula-se como um programa público de palestras com ativistas, designers e investigadores cujos trabalhos abordam processos como o extrativismo histórico, os cursos de água, a ecologia política ou as monoculturas. Segue-se um workshop aberto a públicos não-especialistas em que se aborda o passado, presente e futuro dos territórios de extração situados no noroeste da península.

Tabi. Tabbi. Tabique. Tabby., de Jola Idowu

Partindo do material de construção Tabby — cimento feito a partir de ostras — propõe-se uma exposição sobre ciclos de preservação em que os materiais apelam à memória de diásporas pelo mundo. Com destaque para o passado colonialista de Portugal e a sua relação com os Estados Unidos da América, o projeto compreende a criação de um website que servirá como um mapa-arquivo de histórias de comunidades marginalizadas.

A chamada para candidaturas recebeu mais de 250 submissões, provenientes de 40 países, contemplando propostas de exposições, workshops, conversas e performances sob o tema “Ser Água: Como fluímos e nos moldamos coletivamente”.

Testing the Waters, de The Ironing Board (Marta Ríos e Miguel Parrrra)

Testing the Waters é um projeto de design social que pesquisa e problematiza a gestão da água nos espaços públicos urbanos. Usando as visitas guiadas tipicamente oferecidas aos turistas no Porto, o projeto vai contar histórias e refletir sobre as fontes públicas no centro histórico da cidade, recolhendo testemunhos e potenciando formas coletivas de lidar com a perspetiva da escassez de água.

Torneio de Petróleo, de Joana Rafael e Inês Moreira

Ciclo de debates que atualiza o desaparecido jogo de tabuleiro “Petróleo” para problematizar o processo de desmantelamento e descontaminação dos terrenos da refinaria de Matosinhos. Para o evento será produzido um novo tabuleiro e peças de “Petróleo” e, paralelamente ao jogo, serão discutidos o legado e os desafios da refinaria. Do evento resultará um podcast.

 

A chamada para candidaturas recebeu mais de 250 submissões, provenientes de 40 países, contemplando propostas de exposições, workshops, conversas e performances sob o tema “Ser Água: Como fluímos e nos moldamos coletivamente”.

 

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